Consumidores cresceram mais que os utilizadores
Em 2020, o aumento das vendas indicou que surgiram mais consumidores online do que utilizadores de Internet
Recentemente, mais pessoas passaram a utilizar a internet em todo o mundo, como consequência da pandemia que levou ao confinamento. A redução drástica das formas de contacto, dos cursos regulares e do entretenimento, sobretudo, levou um público muito maior à rede mundial e criou mais consumidores online.
Um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostrou que o aumento do número de pessoas que passaram a fazer compras pelos meios digitais foi quase o dobro em Portugal, desde que este passou a ser o principal meio disponível.
Os agregados familiares portugueses com acesso à Internet, passaram de 80,9% em 2019 para 84,5% no ano de 2020. Comparativamente, nos dois anos anteriores este índice apresentou estabilidade.
A princípio, as atividades que mais contribuíram para este crescimento foram as educacionais e as de trabalho. Enquanto os estudantes passaram a frequentar as aulas a partir de casa (aumento de 14,5% em 2019 para 30,8% em 2020), quase um terço (31,1%) dos profissionais estiveram em lay-off. Nesta categoria, a Região Metropolitana de Lisboa registou 43,25% dos profissionais em teletrabalho.
O ecommerce tem o melhor resultado da série histórica
Entretanto, o que apresentou um grande salto foi o ecommerce. As vendas online tiveram o maior crescimento da série histórica, iniciada em 2002. Comparativamente ao registo de 2019, o número de novos consumidores digitais aumentou 7 pontos percentuais, passando para 45% entre os utilizadores de internet em Portugal.
A faixa etária predominante entre os utilizadores que compraram pela internet é entre os 25-44 anos, com índice chega a 56%. Enquanto isso, os consumidores digitais de 45 a 54 anos apresentaram um considerável crescimento (21,2%).
Constantemente, o tipo de produto mais solicitado em compras digitais é roupa, calçado e acessórios de moda, que registou 60,4% das vendas. Simultaneamente, equipamentos informáticos apresentaram um índice de 37,3% entre as vendas online.
Os valores gastos com as compras no meio digital também aumentaram. As encomendas entre 100 € e 499 € subiram 15,7 pontos percentuais, enquanto que as compras com valores iguais ou superiores a 500 € aumentaram 8 pontos percentuais.
Segundo os dados da ACEPI – Associação da Economia Digital –, em 2019 as vendas online representaram 2,9% do PIB português, com um montante total de 6 mil milhões de euros. Deste modo, a projeção da entidade é de que, em 2020, este valor chegue aos 8 mil milhões de euros.
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